Paixão Efêmera


Conheço pessoas que afirmam que para ser feliz é preciso amar. Amar a família, os amigos, a terra, as árvores e até as alfaces. Sem esquecer, é claro, de um amor desses de tirar o fôlego e bater mais forte o coração.

Porém, já ouvi vários relatos de quem já amou muito, já teve seu coração saindo pela boca e mergulhou em abismo de paixões, de onde sempre demorava para emergir. Por isso mudaram o discurso e dizem que ser feliz é amar a si mesmo e proteger-se. Eles defendem que o melhor romance é aquele com data para terminar.

Num pensamento rápido, é interessante essa corrente. Todo mundo que tem medo de se envolver demais com alguém, poderia se atirar em paixões programadas para terminar antes que ultrapasse seu limite e comece a amar. Haveria apenas paixão entre os namorados, casais e amantes. Seriam todos ficantes, na verdade. A volta da poligamia. A extinção da traição. Mas fazendo uma reflexão maior, não sou adepto de paixão efêmera, que não possibilite o amor.

Talvez não seja tão pós-moderno ou nem moderno para entender esses amigos que pensam assim. Tampouco confiaria plenamente em alguém que não se entrega os próprios sentimentos e propusesse datar a minha paixão.

(Elder Nunes Corrêa Junior)
(Repórter de Bicicleta)

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